quinta-feira, 16 de julho de 2009

Câmara Técnica traça diagnóstico de médicos que trabalham do PSF

A Câmara Técnica de Medicina de Família e Comunidade, formada por representantes de entidades médicas nacionais e do governo federal, está trabalhando para traçar um diagnóstico dos médicos que atuam no Programa de Saúde da Família (PSF) em todo o país. O objetivo é fazer um levantamento de todas as questões que envolvem o tipo de vínculo, o perfil de especialistas que trabalham no Programa, o tempo de formado, salário, entre outras informações relacionadas à realidade do médico do PSF, para depois elaborar propostas concretas no sentido de melhorar as condições desses profissionais.

De acordo com Otino José de Freitas, secretário de Benefícios e Previdência da FENAM e membro da Câmara, o médico enfrenta problemas como meios de transporte para chegar a determinados locais, salários baixos, demanda maior de consultas do que de atendimentos domiciliares e principalmente a influência política dos gestores.

"Isso que estamos fazendo agora é o diagnóstico quantitativo e qualitativo. Então, vamos verificar quantas equipes existem, quantas estão funcionando, quantas estão trabalhando precariamente para depois pensar nas ações", explicou Otino.

Atualmente, existem cerca de 26 mil médicos no PSF, um em cada equipe, em todo o Brasil. De acordo com informações da Câmara Técnica, a medicina da família é exercida por médicos jovens, recém formados, já no final da carreira ou aposentados e apenas 10% dos profissionais que atuam no PSF têm especialização na área. Por isso, os membros da Câmara querem trabalhar, em parceria com a Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), o enfoque do ensino da especialidade em medicina de família, desde a graduação.

De acordo com Geraldo Guedes, representante do Conselho Federal de Medicina (CFM) na Câmara Técnica, a intenção também é modificar a regulação das comissões de ética, que hoje não abrange a atenção básica. A atual resolução do CFM sobre o tema foi criada pensando apenas nas estruturas hospitalares e ambulatoriais. "A ideia é a de que se possa criar uma fusão de várias unidades e distritos de saúde que componham as comissões de ética, com número de membros escalonado pelo tamanho do conjunto de unidades. O que queremos é fazer uma adaptação para contemplar os médicos da atenção básica", apontou Guedes.

O representante do ministério da Saúde na reunião, Nulvio Lermen Júnior, disse que o ministério está finalizando um relatório que vai ajudar ou servir de base para essa análise.

Após o diagnóstico completo, a ideia é levar o tema para discussão no Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, a ser realizado em outubro, e depois promover um Fórum Nacional de Medicina de Família.

Por: Taciana Giesel - FENAM

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